Monday, April 23, 2012

O Rio de Janeiro tem dessas coisas...

É sem dúvida uma cidade que abraça quem aparecer, tipo bêbado em final de festa, e talvez, apenas no bom sentido.

Por isso por mais que eu reclame de tanta coisa que nos machuca, vez ou outra me bate aquela paixãozinha.

Talvez porque nunca tenha sido garota de praia, apesar de adorar o clima que a envolve; ou por nunca ter sido garota de samba, apesar de já ter me acabado na quadra da mangueira, ou ainda por nunca ter sido sarada e gostosa, apesar de alguns operários de construções acharem que sim. Talvez por esses motivos e diversos outros tenha me sentido deslocada na maior parte do tempo.

Vez ou outra quando conheço alguém, rola a ceninha: puxa, você é mesmo carioca? Nem parece. Nem tem sotaque. Pô, mermão, já se foi o tempo que a imagem da mulher carioca tinha que ser bronzeada 365 dias, goxtosa, como um coco gelado na mão, no Arpoador, curtindo o pôr-se-sol, apenas... Apesar do que essa imagem me deu até invejinha.

Por conta da difícil conexão com minha cidade querida, adoro quando ela me surpreende. Pode me chamar de ridícula, mas das vezes em que mais me encantei foi quando da visita de amigos de fora. Acredita que a primeira vez que fui de bondinho a Santa Teresa foi com um amigo australiano, há uns 3 anos? Ele inclusive já se esbaldou em baile funk e na Rocinha e eu nem conheço. Acho que me escondo um pouco. Fujo de certas coisas. Nada como o olhar estrangeiro para me fazer apaixonar por esse cantinho do mundo, privilegiado.

E tem o seguinte fico sempre no mesmo eixo. Se não falo do largo espaço que constitui a cidade não é porque o desmereço é porque não o conheço e não o conheço porque sou preguiçosa. Então não precisa perder tempo me analisando, apenas passeie comigo.

Sempre adorei estar entre amigos, sejamos 2 ou 20. O clima se adequa as circunstâncias. Eu sei que confundo um pouco as pessoas porque sou de lua. Sou caseira e sou rueira, gosto da meia-luz e do som vibrante de uma boa pista de dança. Hoje, estou mais seletiva. Seletiva para não falar devagar. Sou uma BRS.

Para dançar

Já houve época, nem tão distante assim que eu e minha amiga Lu cumpríamos religiosamente o roteiro: sexta, CasadaMatriz, sábado, Bukowski, ambos em Botafogo. E íamos à vontade, não entrávamos em fila e saíamos direto para padaria.  Outros amigos se juntavam e depois de sua partida o circuito mudou. A noite me agradava demais. Muito por conta de eu adorar dançar. Esse era o medidor da qualidade da minha saída: o quanto eu me esbaldei.

O tempo foi passando e percebi que as boates não mais me agradavam. O som não me provocava; o público muito jovem não me dava referências e finalmente quando percebi que era a única querendo suar enquanto a maioria queria fazer carão, desisti.

Então hoje se quero dançar vou ao BUKOWSKI.

Os mais desavisados podem pensar que cito o famoso poeta boêmio (vamos chamar assim) ou os mais cosmopolitas podem imaginar que me confundo com o Club de Madrid ou a loja de móveis antigos em Gotemburgo. Não, falo do Bukowski bar, em Botafogo, no Rio de Janeiro.

Que me perdoem, mas sinto um pouco de saudade do velho. Não que o novo não seja bom, a estrutura tá bacana, o som é ótimo. Mas aquele clima de antes... Esquece... tô velha. Vá e vá preparado para dançar o bom e velho rock’n’roll. Beber bem, comer bem, se quiser. (Ah, porque tem isso também: hoje em dia, eu como quando saio à noite. Antes era só água, depois só cerveja, hoje são uns drinks elaborados e uns petiscos de bom gosto). Depois de forrar-se, ou não, vá circular, são 2 andares, no segundo tem uma sala tocando vinil, tem uma com jogos e outro bar. A parte externa é uma delícia, fresca e sempre rola uma paquera (ainda se fala ‘paquera’?). A pista é um pouco apertada, mas é esse o espírito! Requebre sem medo de ser feliz. Adoro quando o povo canta junto aquela música que você só ouve lá. Se quiser fique bêbado, mas seja sempre cordial. As meninas se surpreendem com o banheiro, sempre cuidado (bem diferente da 19 de fevereiro, vale lembrar, ou não). Todo final de semana tem uma festa, um tema para celebrar. Divirta-se. Se puder vá de sapato fechado porque na pista o pé sofre um pouco, mas se já estiver anestesiado... Experimento sempre um drink com uma Absolut diferente, acabo gastando um pouco mais, mas se fôr de cerveja, a conta fica tranquila.

Fica na Rua Álvaro Ramos, 270.
Se você é usuário de facebook, como a maioria dos terrestres, visite a página.

Para curtir um café da manhã

Acordar, espreguiçar, sacudir o cheirinho de cama, ligar para os amigos e partir para mais um café da manhã, charmoso e quentinho, aproveitar o clima e contar dos sonhos que ainda estão fresquinhos na mente, se sentir aproveitando cada minuto de um dia que promete. A vantagem de estar no Rio de Janeiro é que quase todo dia é propício para esse tipo de programa. É fácil observar que virou um hábito. Por vezes o carioca troca uma noitada por acordar mais cedo e deliciar-se com uma mesa farta, cercado de amigos ou da outra metade da laranja.

Dependendo do clima, da disposição e do orçamento as opções são as mais variadas, eu e minhas amigas temos aproveitado para conhecer um lugar diferente a cada final de semana.

CASA DA TÁTA. Super aconchegante, tem uma carinha de serra em pleno bairro da Gávea. O espaço é pequeno, então vale chegar cedo para garantir uma mesa, muitas vezes o povo fica na calçada batendo um papo, esperando a chamada. Ao chegar coloque logo seu nome na lista se estiver disposto a aguardar. A versão completa do café da manhã traz bebida quente, suco, pães, pão de queijo, frios, bolos, frutas e pão doce. Gastamos R$ 25,00/pax. www.dacasadatata.com.br.

PÃO & COMPANHIA. Só estive lá uma vez, em uma manhã de carnaval e me surpreendeu positivamente, tudo bem que já conhecia como padaria, tem uma boa variedade de pães de qualidade, o café você monta com cestinhas de pães, frios, bebida quente ou gelada, bolos. Éramos 3 nesse dia e se não me engano gastamos uns 20 reais cada e ficamos bem satisfeitas. www.paoecia.com.br.

MARKET. Adoro o lugar. Em minha primeira visita fui justamente para um café da manhã com minha mãe ao sairmos da consulta dela ao dentista. Pedimos uma tábua que vem com queijo minas e peito de peru, manteiga e geléia; e os pãezinhos, mmmm, quentinhos e fresquinhos. Existem outras opções e o forte são os produtos naturais e orgânicos, mas tudo muito saboroso, sempre. É o tipo do lugar que adoro visitar seja para o café da manhã, almoço ou jantar, todos com opções para gostos variados e na quinta-feira a noite ainda rola um show de jazz. Programa que dá certo. A decoração é moderna e fresca, dá uma sensação de ar livre e alegria, com cadeiras coloridas e clima aconchegante. www.marketipanema.com.br.

LA BICYCLETTE. Conheci em um domingo agitado em que as primeiras opções estavam lotadas, lá também tinha fila de espera, mas como a fome já atacava resolvemos esperar; pedi uma opção com frutas, bebida quente, suco, pães, geleia e manteiga, tinham sanduíches belíssimos também. As mesas ficam na calçada e cada uma tem uma torradeira, mas os pães são tão frescos que não achei necessário torrá-los. Gastamos algo em torno de 25, 30 reais por pessoa. www.labicyclette.biz.

PARQUE LAGE. A visita ao Parque por si só é um programa incrível, com a família ou com os amigos. Alguns optam por um picnic nos jardins, o que deve ser delicioso. Optamos pelo Café du Lage naquele dia. Na verdade, o nosso café da manhã tinha sido na casa da Táta e lá apreciamos um brunch regado a espumante. O clima é adorável, algumas pessoas optam for ficar nos futons no chão; pedimos uma mesa, o dia estava lindo e fresco. Bem movimentado. O apetite já surgira após uma bela caminhada pelo parque com direito a subidas e descidas, o que para mim significa intensa aventura. O visual e o ar são deslumbrantes. http://www.synapsedigital.com.br/cafedulage/

ESCOLA DO PÃO. Até agora o meu preferido lugar para se sentir feliz comendo. O valor cobrado é por pessoa e o serviço se dá como a francesa, em uma ordem cronológica e que aguça sua curiosidade. Nada é over e você se vê tentado a experimentar cada pedacinho que lhe é servido. Os pães espetaculares; sou profunda admiradora de pães e a cesta servida me tratou com todo carinho. Os ovos mexidos são os melhores da cidade, cremosos e temperados. Até o suco de laranja é especial. Depois disso são detalhes difíceis de descrever, tem que experimentar. Você gasta algumas horas lá, sai rindo de orelha a orelha e pula o almoço. O preço pode ser um pouco salgado, mas se pensar que vai economizar no almoço é um luxo que todos merecem ao menos uma vez. Comprei até o livro, achando que um dia, inclusive me inscreveria para as aulas que lá acontecem. E os doces...bicoitos...waffles...Mas os pães...ai,ai. Como nada é perfeito o único ‘porém’ é que os banheiros ficam no terceiro andar, se você for levar sua avó ou alguém com dificuldades de locomoção fica um pouco complicado. E se você não estiver com fome ou com dieta restrita, não vá, seria um desperdício. Fora isso, coloque no orçamento deste mês, vá acompanhado para poder comentar cada mordida e seja feliz. http://escoladopao.com.br


São apenas dicas que gosto de dividir, afinal que graça tem o prazer se não for compartilhado?




No comments:

Post a Comment