Eu sou reconhecidamente uma
pessoa otimista, então, quando a aula me dá limões tento fazer um caipirinha.
Em uma dessas classes, algo a ver
com excelência em atendimento, a professora era uma psicóloga muito simpática e
animada. O grupo um pouco relutante. Fui fazer o curso com uma amiga que não
curtiu muito, mas foi.
Certo dia a orientadora reuniu o
grupo em roda e propôs um exercício. De olhos fechados íamos criando uma
estorinha na cabeça de acordo com as situações expostas por ela. Tinha a ver
com uma missão a cumprir, um caminho, as ferramentas e o encontro com um muro
altíssimo que tínhamos que atravessar para enfim cumprir a tal missão. Ela pede
que todos abram os olhos e que, um por um, contem a estorinha.
Fui ouvindo, interessada. A
maioria estava em um local de praia, usava o celular para contatar a outra
parte na missão, corria, explodia o muro e rapidamente, como em um filme de
ação resolvia a questão. Alguns tinham detalhes engraçados, mas eram contados
de forma rápida e prática, me distraí e quando chegou a minha vez, pensei: ai ai ai, não dá tempo de inventar outra
coisa, vou contar o que já tinha brotado em minha cabecinha...
Comecei: Paris, 1926. Estava
apressada cruzando a Avenida Champs-Élysées; vestia um casaco escuro, sobre um
vestido esvoaçante, na cabeça um belo chapéu.
Desconfiada, me encaminhava ao
bistrô já tão conhecido, onde encontraria Simone, Jean-Paul e mais uns amigos,
levava algo no bolso, uma mensagem.
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Não titubeio, levando a mão aos lábios, assobio forte, e logo
avisto o super-homem, ele me agarra e me carrega para o outro lado.
Nunca vou esquecer a expressão da
minha amiga querida, muito mais prática que eu, calada ela dizia: era mesmo
necessário?
Só você mesmo, Carmen! Conseguir se animar com aqueles cursinhos chatérrimos! By the way, vc ainda não viu Meia-noite em Paris?
ReplyDeleteFoi nesse mesmo cursinho que a professora mandou formar duplas e fazer um trabalho relacionando as coisas que te irritavam no trabalho. Fiz dupla com um senhorzinho, vestido num blaser azul escuro de botões dourados, que provavelmente, por ter a temperatura das costas bem elevada, trabalhava em um setor que não lhe exigia muito esforço. Na hora de fazer a lista de coisas que o irritavam, ele se vira pra mim e diz, depois de eu relacionar, no mínimo uns 10 itens, que NADA O IRRITAVA NO TRABALHO! E eu: "como assim? Nada irrita o senhor? Peraí, deve ter alguma coisa! Faz um esforço pra lembrar! Isso não é possível! Eu não me conformo com isso!" Nada. Não consegui arrancar nenhuma coisa que irritasse aquele senhorzinho das costas quentes. Nunca fiquei tão irritada. (Flávia)
ora, se não lembro da estoria do senhorzinho que te tirou do sério com a não-irritação dele, foi hilario. até pensei em adicionar, mas quis fazer uma curtinha. aquele curso foi 'especial', hahaha. E não, ainda não assisti ao filme, falha minha!!
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