Sunday, March 18, 2012

Geração Malu Mader

Domingo. Depois do cinema fui jantar com amigas no Alessandro&Frederico, em Ipanema. Entre bebericos e bate-papo, eis que um grupo desce as escadas, entre eles, Toni Beloto - parabéns! - minha amiga mais que depressa lança a pergunta: 'e a Malu?' - intimidade muito comum aos cariocas, acostumados a cruzar diariamente com o povo do showbizz - eu prontamente respondo:'está descendo, logo atrás'... 'ah, tá. Que linda!'. Não sei se ela ouviu, mas instantanemente nos olhou e abriu um sorriso bem MaluMader. Gastamos uns minutos comentando como ela é de uma lindeza simples e cativante, como o Toni Beloto está cada vez mais gato e como eles formam um casal adorável. Na porta encontraram Tande e ficaram batendo um papo. Logo depois saí para o momento cigarro e fiquei pensando...

Sou uma quarentona agora e definitivamente sou da geração Malu Mader. A Val da novela tititi, que em meados dos anos 80 se transformou no símbolo de beleza das garotas, que correram para os salões e tentavam copiar o corte, que deu uma repaginada na expressão garota de ipanema. Ela que, mais velha que eu, ainda sorri com 20 anos. Que parece ainda usar o mesmo jeans que lhe cabia aos 21. Que nunca se rendeu ao que veio depois, apenas foi levando o tempo. Despojada, linda. Tem estilo prórprio e definitivo, que não traz silicone, botox, pernão ou bundão. Que parece usar aquele biquini de cortininha como ninguém. Ela é linda sem conceito. Isso eterniza uma mulher. E o bacana é que parece que a pessoa nem se importa com isso.

Em tempos de celebridades instântaneas, mulheres que mais parecem caricaturas, beleza efêmera, eu gostaria de ter alcançado Malu, naquele momento e perguntado: 'o que pensa disso?'. Imagino que eu ganharia um sorriso e algo do tipo:'cara, sei lá'. Não que estivesse me menosprezando ou que pareça alguém que não tem o que falar, mas talvez simplesmente por ser e não perder tempo rotulando a ninguém tão pouco a si mesma. E essa resposta talvez fosse a confirmação de que, sim, sou da geração Malu Mader.

Agora entendi porque não consigo conviver com o que tentam me enfiar olhos abaixo como padrão de beleza e estilo. Obrigada, garota. Sei porque vesti aquela blusa branca da hering, calcei minhas havaianas e fui dar um rolé na praia. Sei porque guardei nas proporções do meu corpo o meu feminino. Sei porque sinto prazer quando me olham com carinho. Sei porque vivi um dia de cada vez. Eu, bonita? que isso, esquece. Eu sou Malu e ponto. Nada demais. Vamos papear?

4 comments:

  1. Malu é eterna.,sou de uma geração abaixo da Malu.Portanto,eu pequenininha e curiosa via meus irmãos com hormonios a flor da pele diante da beleza selvagem de Malu Mader, que pra mim segue sendo a única atriz que marcou uma geração.O sucesso de hj é tão efemero e de verdade na minha opinião a única atriz com graça,charme e talento surgida pós Malu é a Deborah Secco que tem simplicidade e se porta como aquela que poderia ser nossa vizinha

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    1. olá, Hellen, agradeço sua visita e comentário. Malu é uma figura bem carioca e totalmente anos 80, no que há de melhor. Um forte abraço.

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  2. Nossa!Me emocionei lendo esse texto tão...tão...Malu Mader!!Parabéns!!Eis aí a melhor decodificação de tudo que a Musa Malu representa pra mim!

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    1. obrigada Rogério pela visita e pelo comentário! Realmente Malu consegue ser musa sem ar afetado. Ela é encantadora. Seja sempre bem vindo! abraços.

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