Dias como os últimos deveriam servir para um 'pára tudo, vamos rever'.
No frigir dos ovos parece que tudo se refere às escolhas que fazemos e essas estão intimamente ligadas aos tempos que vivemos, porque querendo ou não acreditar, é certo que os que ocupam a mesma terra na mesma época, vibram na mesma energia.
O ser humano traz em si um sentimento de inadequação e busca de aceitação que apenas se difere na intensidade.
Alguns fazem terapia, alguns se relacionam com pessoas que consideram 'inferiores' para não precisar lidar com a própria mediocridade, outros participam de reality shows na TV, poucos resolvem atirar em multidões.
Todos querem ser reconhecidos. Não importa de que forma.
A dor que corre nessas veias deve ter um nome, mas não tem uma medida.
Acho interessante ler alguns depoimentos que determinam que a cantora Amy Winehouse 'teve o que buscou'. Não só ela, todos nós, todo dia, somos vítimas e comparsas do mecanismo de ação e reação. As leis já foram escritas há milênios.
Se precisasse escolher entre o que me choca mais, não seria a morte da citada cantora, seria o massacre em Norway. Porque a moça, no meio de sua angústia, de suas incertezas, suas humanas fraquezas, escolheu destruir o corpo que guardava essa mágoa tão profunda. No caso de Norway a dor se disfarçou de força bruta e atacou o outro. Porque alguns de nós, humanos, acreditamos que a CULPA de tudo está no outro. Que o outro provoca nossa dor, nosso fracasso; o que facilita e muito na hora de tomar decisões: ora bolas, vou destruir o que está me incomodando.Ainda acredita-se que não há revolução sem violência. Ainda precisamos de muitas eras, muitas vidas para evoulirmos a tal ponto em que o argumento, a lógica, a intuição, o reconhecimento no outro, bastarão...
Mais revoltante ainda é quando um homem saca uma arma, atira indiscriminadamente e por este ato prova sua premissa: o culpado por minha dor é o outro. O mal vence.
Esse é o caminho que escolhemos como uma matilha desordenada, desfigurada, desinformada, (ih, não queria ofender os pobres animais), o caminho mais infantil: 'me dá que é meu'. O caminho mais diabólico: 'eu tenho o poder de fogo, se você não aceitar o que penso, te mato'.
Isso parece até uma brincadeira, só que as consequencias sao devastadoras.
Os que nem se imaginam tomando a vida de qualquer outro ser humano, precisam de um sopro de energia para continuar acreditando que qualquer vida é sagrada.
Porque se eu reprovo que um homem use dos métodos usados por seu inimigo para fazer valer seu pensamento, o resto de nós tem que colocar um ponto final aí, se não esse ciclo nunca se interrompe.
Dar o amargo do próprio veneno ao outro só prova que ele, afinal, estava certo.
Não ganha esse jogo quem contar mais corpos inimigos destruídos, mas quem, individualmente mantiver o bem dentro de si. Porque isso se espalha em proporções inimaginaveis, só que leva mais tempo que a outra opção. Até penso que muitas vezes a 'melhor escolha' é na verdade mais assustadora, pelo poder intrinseco que carrega, por isso as escolhas 'erradas'.
Intolerância nada mais é que medo. Só que o medo é seu e a vida que tomas é do outro. Essa conta nunca vai dar certo...
Somos todos neuróticos (no sentido popular e não clínico, por favor) a diferença é como lidamos com isso. Não quero chamar o mal de doença porque assim estarei assinando um atestado que o exime de toda responsabilidade.
Mas o medo do outro mais do que nunca é nossa doença atual e avassaladora... Porque nós vivemos uma chance de conhecimento, de aproximação, de crescimento não se justifica odiar o que não entendo. O ódio pelo outro é o caminho mais fácil para meu medo. É a reação imediata. Não somos tão pequenos assim, não podemos apenas ser reativos, há que existir a possibilidade de pensar, de estimular os sentidos, a alma. Nem me vem com a máxima de que 'estamos em guerra, não dá tempo de pensar', que é a coisa mais verdadeira e idiota já dita. In the first place, why are we living in war? Por que estamos vivendo em guerra, em primeiro lugar?
Não devemos diminuir o impacto de ações individuais e em grupo disfarçadas de crenças, de valores morais, quando na verdade o que querem é a imortalidade pela fama. É aparecer na TV, assinar um livro, virar figura histórica. Porque existe platéia para essa neurose, até os que a repudiam, a assistem até o fim (eu, incluída). Esse reforço, aimeudeus, estimula demais esse tesão pelo reconhecimento, pelo aplauso final. Isso extrapola os limites da miséria humana. A isso não se pode dar o nome de doença.
Estou sofrida com as últimas notícias que nem de longe serão as últimas. Aflita com o futuro já tão próximo e previsiível. Desistimulada pela força do poder do 'eu quero do meu jeito e quero agora'. Triste com a feiúra do que se retrata diante de nossos inertes olhos, ávidos pela próxima cena de ação e destruição...
De qualquer forma, vamos tentar o nosso melhor, combinado?
Um bom domingo, diante de tudo... e não deixe de pensar, dizem que dói, mas parece que é assim mesmo, depois acostumamos ;)
Days like the last should be used for a 'stop everything, let´s review'.
In zero hour it seems that everything is about the choices we make and these are closely linked to the times that we live, because believing it or not, its granted that those who occupy the same land in the same era, vibrate in the same energy.
Some people are in therapy, some relate to people who consider 'inferior' not to deal with his own mediocrity, others participate in reality shows on TV, and few decide to shoot at crowds.
Everyone wants to be recognized. No matter how.
The pain that runs in these veins must have a name, but do not have a measure.
I find it interesting to read some testimonials that determine that the singer Amy Winehouse 'got what she went for'. Not only she, all of us, every day, we are victims and accomplices of the mechanism of action and reaction. The laws have been written for millennia.
If I had to choose between what shocks me more, it would not be the death of that singer, would be the massacre in Norway. Because the girl, in the midst of her distress, her uncertainties, her human weaknesses, chose destroy the body who kept her sorrow so deep. In the case of Norway, pain disguised itself as a brutal force and attacked the other.
Because some of us, human, believe that everything is to blame on others. That the other causes our pain, our failure; which makes it easier in time to take decisions: oh well, I will destroy what is bothering me.
AND the interesting thing is that this thought, in some cases, is approaching the ideal, but most of the times in which it is consummated it relates to misunderstanding.
Still it is believed that there is no revolution without violence. Still we need many eras, many lives to evolve to such a point that the argument, logic, intuition, recognition in the other, will be enough...
More shocking still is when a man bag a gun, shoot indiscriminately and by this act proof its premise: the guilty for my pain is the other one. THE evil wins.
This is the path we chose as a pack disordered, disfigured, deflected, (ih, did not want to offend the poor animals), the childish way: 'give me whats mine'. The most diabolical way: 'I have the power of fire, if you do not accept what I think, I kill you”.
This seems like a joke, only that the consequences are devastating.
Those that cannot imagine taking the life of any other human being need a breath of energy to continue believing that every life is sacred.
Because if i condemn a man that usesthe methods used by his enemy to assert his thoughts, the rest of us have to put an end there, if not this cycle never stops.
Giving the bitter taste of own poison to another only proves that he; after all, was right.
Does not win this game who count more enemies bodies destroyed, but whom, individually maintained the goodness within himself. Because it spreads in unimaginable proportions, only that it takes more time than the other option. I even think that often the 'best choice' is indeed more frightening, by the intrinsic power that it brings, therefore the wrong choices are made.
Intolerance is nothing more than fear. Only that thefear is yours and the life you take is other´s. This math will never be right ...
We are all neurotic (in the popular sense, not clinical, please) the difference is how we deal with that. I would not call the evil a disease because I'd be signing a certificate that exempts itself from all liability.
But the fear of the other more than ever is our current disease and overwhelming ... Because we live a chance of knowledge, of approach, of growth it is not justified hating what I don’t know or recognize. Hatred of the other is the easiest path for my fear. It is the immediate reaction. We are not that small, we cannot be just reactive, there must be a possibility of thinking, stimulating the senses, the soul.
Don’t come with the statement that 'we are at war, there’s no time to think', which is the most realistic and idiotic thing ever said. In the first place, why are we living in war?
We must not diminish the impact of individual actions or in group disguised as beliefs, moral values, when in fact what they want is the immortality by fame. IT IS appearing on TV, writing a book, turning into historical figure. Because there is an audience for this neurosis, even those who repudiate, attend to the end (me included). Such reinforcement, ohmygod, stimulates this excitement for recognition, for the final applause. This goes beyond the limits of human misery. This cannot be called as disease.
I am hurt by the latest news that even from afar will be the last. Afflicted with the future that is already so close and predictable. Discouraged by the power of "I want my way and I want it now'. Sad with the ugliness which portrays before our inert eyes, eager for the next scene of action and destruction ...
In any event, we will try our best, combined?
A good Sunday, before anything ... and don't forget to think about, they say that it hurts, but it seems that we get used to it ;)
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