Em certo momento um rapaz se
aproxima de minha amiga, cochicha, ela se volta para mim e pede um cigarro para
ele, dei; nunca nego cigarro para uma pobre alma. Ele agradece a ela e volta a
cochichar, ela então me pede o isqueiro. Fiquei intrigada e quando tive
oportunidade perguntei a ele porque não se dirigia a mim. Ele um tanto surpreso
me contou: pensei que você fosse gringa.
Ah, tá. (acostumada).
Ele se sentiu então à vontade
para puxar um papo e logo me perguntou onde eu morava. Tijuca, eu respondi. Ele
lançou uma saraivada de nomes de ruas, tentando adivinhar a minha. Não acertou.
Diante de tanta intimidade com a geografia tijucana, perguntei, quase
afirmando: você também mora na tijuca?
Soem os tambores!!!
Ah, não... Desculpa,
eu moro em Ipanema.
![]() |
a verdadeira garota de ipanema ;) |
Tombei a cabeça para o lado, mais
uma vez intrigada, não pude resistir: por que desculpa?
Recebi: ah, é que quando digo que
moro em Ipanema as pessoas pensam que sou metido – isso ou qualquer coisa do
gênero, não importa; a M estava feita.
Prontamente repliquei: ah, que
isso? Sou super- pró-ipanema, por mim
todos deveriam morar lá. Agora você me dá licença vou ali com minhas amigas.
Tive que me afastar para não rir, porque parecia um bom rapaz que apenas disse
algo idiota. Mal sabe ele que virou referência entre minhas amigas. Tudo é
motivo para um: desculpa, eu moro em
Ipanema...
Rolou a noite sem maiores
surpresas, eis que ao me preparar para ir embora, ele surge na minha frente: Já
vai embora? Eu, sempre simpática, respondo que sim. E por isso sou obrigada a
ouvir: Puxa, nem vai me dar um beijo. Como detesto situações constrangedoras,
mais que depressa saco os 2 beijinhos cariocas na bochecha do ipanemense. Não
satisfeito, retruca: Puxa, só isso? Caramba, fiquei meia hora conversando com
você!
Eu mereço! Quem manda sorrir,
quem manda escutar abobrinha, quem manda ficar com pena de homem que faz papel
de idiota? Pedi licença e fui.
Acontece que o rapaz acabou
ficando estampado em meu álbum de figurinhas, até porque depois desse deleite
esbarrei com ele algumas vezes. Bom mesmo foi quando em uma tarde de folga,
batendo perninhas em Ipanema, como de costume, dou de cara com o galã, saindo
de um prédio simplesinho (tá... furreca) na Visconde (de Pirajá), acompanhado
da (talvez) mãezinha. Sei que me reconheceu, pois tinha uma expressão sem-graça,
enquanto eu passava.
Não pensem que sou daquelas
amarguradas que gostam de falar mal de homem. Eu adoro gosto de contar causos. Até gostaria de evitar momentos desconfortáveis, porém, sem esses momentos não tenho estorinhas
para contar, né? Vale o preço.
Abraço a Ipanema, bairro
preferido dessa tijucana. ;)
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