Saturday, March 24, 2012

Meninos #2

A estória de Ipanema me fez lembrar outra figura: o poeta.

Balançando o esqueleto em Laranjeiras, surge um rapaz um tanto exótico e começamos a dançar e assim foi noite afora. Nos divertimos bastante.

Um ou dois dias depois ele me liga. Papo legal. Mais um ou dois dias, liga outra vez dizendo que queria me ver – vou ser sincera: não estava empolgada, tinha sido uma noite legal, apenas; no entanto ele estava sendo gentil e atencioso, por que não?

Tenham em mente, meninas, que se você fizer a pergunta ‘por que não?’ a probabilidade é de 97,36% de ser um fiasco. (Dados estatísticos coletados pela mesma empresa que confirma que o shampoo tal deixa seus cabelos 88,34% mais macios e o creme tal rejuvenesce sua pele 44,12% depois de 8 dias.)

Por que não? Marcamos um encontro. Perto da minha casa, que eu estava meio preguiçosa. Na hora marcada cheguei ao barzinho da esquina. Pedi um matte e esperei. Detesto ficar sozinha em mesa de bar, mas... Por que não?

Alguns minutos passaram até completar meia hora de atraso, pedi outro matte e liguei para o rapaz, não atendeu, bebi o matte, liguei outra vez, não atendeu, pedi a conta e fui caminhando para casa, pensando: é isso mesmo? Eu desci a rua, sentei sozinha naquela mesa de bar, gastei 5 reais de matte, 2 ligações e o cara me deu o bolo?

Ah... Era essa a resposta do ‘por que não?’


No dia seguinte chego ao trabalho e como de costume já começo a contar a desgraça de forma cômica, e ninguém acredita. No meio da tarde recebo um torpedo do gato:

Mario Quintana
Quem ama inventa as coisas a que ama... Talvez chegaste quando eu te sonhava. Então de súbito acendeu-se a chama! Era a brasa dormida que acordava. Mario Quintana, poeta gaúcho.

Juro pela mãe dos meus filhinhos. Não que eu tenha decorado o torpedo, apenas era uma referência forte.

Minha amiga rebelde, quase aos berros, lendo o torpedo e mostrando para as outras me pediu: Por favor, responda:

Vá se F**** - Maricotinha , poeta carioca.
(mas com todas as letras que aqui censuro e preservo o nome dela)

Claro que não respondi, mas recebi alguns telefonemas aos quais não respondi até reencontrá-lo no mesmo lugar e ele me puxar pelo braço e sorrindo me inquirir: puxa, você está chateada com o que aconteceu?

Eu o olhei de cima abaixo e respondi: desculpa, eu te conheço?

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