Balançando o esqueleto em
Laranjeiras, surge um rapaz um tanto exótico e começamos a dançar e assim foi noite
afora. Nos divertimos bastante.
Um ou dois dias depois ele me
liga. Papo legal. Mais um ou dois dias, liga outra vez dizendo que queria me
ver – vou ser sincera: não estava empolgada, tinha sido uma noite legal,
apenas; no entanto ele estava sendo gentil e atencioso, por que não?
Tenham em mente, meninas, que se
você fizer a pergunta ‘por que não?’ a
probabilidade é de 97,36% de ser um fiasco. (Dados
estatísticos coletados pela mesma empresa que confirma que o shampoo tal deixa
seus cabelos 88,34% mais macios e o creme tal rejuvenesce sua pele 44,12%
depois de 8 dias.)
Por que não? Marcamos um
encontro. Perto da minha casa, que eu estava meio preguiçosa. Na hora marcada
cheguei ao barzinho da esquina. Pedi um matte e esperei. Detesto ficar sozinha
em mesa de bar, mas... Por que não?
Alguns minutos passaram até
completar meia hora de atraso, pedi outro matte e liguei para o rapaz, não
atendeu, bebi o matte, liguei outra vez, não atendeu, pedi a conta e fui
caminhando para casa, pensando: é isso
mesmo? Eu desci a rua, sentei sozinha naquela mesa de bar, gastei 5 reais de
matte, 2 ligações e o cara me deu o bolo?
Ah... Era essa a resposta do ‘por que não?’
No dia seguinte chego ao trabalho e como
de costume já começo a contar a desgraça de forma cômica, e ninguém acredita.
No meio da tarde recebo um torpedo do gato:
![]() |
Mario Quintana |
Quem ama inventa as coisas a que
ama... Talvez chegaste quando eu te sonhava. Então de súbito acendeu-se a
chama! Era a brasa dormida que acordava. Mario Quintana, poeta gaúcho.
Juro pela mãe dos meus filhinhos.
Não que eu tenha decorado o torpedo, apenas era uma referência forte.
Minha amiga rebelde, quase aos
berros, lendo o torpedo e mostrando para as outras me pediu: Por favor,
responda:
Vá se F**** - Maricotinha , poeta carioca.
(mas com todas as letras que aqui censuro e preservo o nome dela)
Claro que não respondi, mas
recebi alguns telefonemas aos quais não respondi até reencontrá-lo no mesmo
lugar e ele me puxar pelo braço e sorrindo me inquirir:
puxa, você está chateada com o que aconteceu?
Eu o olhei de cima abaixo e respondi:
desculpa, eu te conheço?
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